quinta-feira, 1 de maio de 2008

Um Pouco de História: Evolução do PC e Upgrade

Naquela época tanto quanto hoje, não existiam usuários, eram candidatos a usuários onde uma simples saída para o DOS virava motivo de chamar a "cavalaria" :). Interessante notar que a Base fazia vir um técnico do Rio para cá para que se pudesse fazer manutenção. Conhecedor de hard era coisa rara.

Meu amigo, o Ferrugem, aprendia "na porrada". Certo dia saiu listando o diretório e foi digitando tudo que era .EXE e .COM pra ver o que era, olhava e saía, até chegar a um tal de FORMAT.COM e quando viu a mensagem "formatando trilha 0, 1, 2, 3..." tentou sair e desesperadamente me chamou , quase teve um infarte. O HD era de 40MB e tínhamos cerca de 50 disquetes 5 1/4 360KB, passamos a tarde inteira pra colocar tudo de volta.

Era um bom micro pra banco de dados, lembro-me bem. Tomávamos conta de milhares de itens em estoque de alimentos e escritório, a resposta vinha em fração de segundos, pode crer. Era usado um soft em Dbase-III compilado por clipper. A demora acontecia quando íamos reindexar o banco de dados.

Em outro prédio da base ficava um outro XT só que sem HD, apenas 2 drives 360KB (0,36 MB, só pra imaginar). Para usar Dbase III era terrível, a todo tempo era solicitado um disco com a linguagem. Realmente o PC não nascera pra economizar memória. PC usável só com HD desde os primórdios.

Pra passar o tempo, um jogo muito legal era o Test Drive. Você escolhia o carro comparando as tabelas técnicas, tinha boa jogabilidade mas tinha o inconveniente de usar só as 4 cores máximas do PC na época, se bem que não era grande problema pois o monitor era verde mesmo. A visão era 3D, você se via dentro do carro mas sem configurações de câmera. Não tinha trilha sonora, limitávamos a ouvir o barulho do carro através do speaker. Quando tinha trilha sonora eram variações de beeps que faziam a melodia.

Ambiente gráfico não, mas surgiu nessa época um soft muito famoso usado até hoje por muitos, claro que em versões atualizadas, era o Banner, faixas pra ontem, a demora ficava por conta da impressora. A qualidade final era boa, sem aqueles pixels enormes.

Curioso notar também que praticamente não existia softs para edição gráfica, muito menos color. Mas um soft fazia muito sucesso, era o Super Print se não me engano, você fazia passo a passo montando a página até imprimir, as opções de letras eram poucas, umas 8 mas você podia fazer variações de tamanho e estilo, alguns desenhos prontos que você mudava posição e tamanho, no entanto sem uso de vetor, se ampliasse muito já viu, de perto eram tijolos formando a figura.

Um dia cheguei pro Sr. Imediato da base solicitando os super rápidos 286, sabe o que ele disse?, "Dá pra continuar usando por um tempo esses que temos?" respondi que sim, afinal dos 40MB acho que tínhamos mais de 15MB livres e a velocidade de consultas não comprometia o tempo, a conclusão foi clara, "Daqui a aprox. 5 anos compramos esses 286 que de qualquer forma estarão mais rápidos que o nosso e daí economizamos mais de 50% no custo final". Ele falou 5 anos mas creio que ele pôde realizar este objetivo antes. Eu saí da base e esse Imediato foi para outro estado.

Bom, a loucura que se seguiu a partir dessa época em torno do troca-troca de máquina, os famosos upgrades e etc. nos seguem até hoje, o que prova que o computador é um produto inacabado e também sabemos que na verdade isso é uma jogada das indústrias. Pra quê sair do 500 para o 550 se já tem o 1GB?, com isso ficam lançando merrecas pra encher lingüiça mantendo os preços nas alturas. Fazer o quê?, ser mais esperto que eles! Estudando o que você precisa de fato e qual configuração alcança os objetivos.

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